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Milhinha
Top das Noivas Outubro 2020 Madeira

Experiências de Noiva Covid: testagem aos convidados

Milhinha, a 24 de Fevereiro de 2021 às 11:30

Publicado em Fórum Casamentos.pt 38

Bom dia, princesas! A nossa Comunidade acordou ao rubro com as notícias dos números de casos de COVID a baixar e a pressão sobre os hospitais a diminuir. Agora apenas queremos ouvir falar de desconfinamento (Quando? Como? Que regras?) e saber quando poderemos casar (em segurança/em pompa...

Bom dia, princesas! A nossa Comunidade acordou ao rubro com as notícias dos números de casos de COVID a baixar e a pressão sobre os hospitais a diminuir. Agora apenas queremos ouvir falar de desconfinamento (Quando? Como? Que regras?) e saber quando poderemos casar (em segurança/em pompa e circunstância).


Isto porque, segundo a DGS, no Verão 2020 ocorreram muitos surtos em casamentos e eventos familiares. A hora da refeição em que tiramos as máscaras é particularmente problemática se as salas não respeitarem a lotação e o distanciamento entre convidados. Depois, durante a festa, a dança e a bebedeira, geralmente não lembra nem ao menino Jesus voltar a colocar a máscara. Por isso, neste estado de emergência com confinamento geral (Fevereiro 2021) os casamentos estão todos proibidos. Resta-nos saber quando poderemos voltar a sonhar com os casamentos e em que moldes. Este excelente debate da Destacada Zélia fala-nos de como poderá ser o nosso desconfinamento (tomando como exemplo o caso do Reino Unido).


O sector dos casamentos e de organização de eventos está em suspenso. O que outrora foi uma indústria de milhões está a ter dificuldades em manter-se com os sucessivos confinamentos e proibições. Apenas 16% dos casamentos programados para 2020 foram realizados, tendo alguns sido cancelados (os de estrangeiros que procuram o nosso país maravilhoso para casar) ou adiados para 2021 ou 2022.


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Nesse contexto, alguns fornecedores reclamam agora uma nova solução para permitir a realização de casamentos e segurança no seu trabalho: testagem a todos os convidados antes do casamento. Recordo que isto é ainda uma proposta muito embrionária e que ainda não chegou aos decisores políticos. Mas tendo o meu casamento obrigado à testagem de (quase) todos os convidados, gostava de partilhar convosco a minha experiência.


Não, a testagem antes do casamento nunca foi obrigatória desde o início da pandemia – tínhamos poucos testes disponíveis. Contudo, eu tive um Destination Wedding na Madeira. Ou seja 90% dos meus convidados tiveram que tirar férias para ir à Madeira para assistir ao nosso casamento. A ideia agradou a todos e tivemos imensa adesão. Quando veio o COVID, o 1º confinamento e o nosso adiamento, muitos desistiram: de 180 passei a 80 convidados. Felizmente, todos puderam reaver o dinheiro ou alterar para outra data sem perda do valor da viagem.


Tal como a nossa noiva Raquel (que entrevistei neste debate), eu estive atenta às restrições aéreas para a Madeira e realizar teste PCR à COVID-19 72h antes do voo. Esse teste pode ser realizado gratuitamente (pago pelo Governo Regional da Madeira) em laboratórios específicos. Divulguei essa informação a todos os convidados atempadamente e também eles puderam realizar o teste antes de viajar. Também era possível realizar o teste gratuitamente à chegada ao Aeroporto da Madeira, devendo qualquer viajante esperar no seu hotel pelo resultado.


Assim, 90% dos nossos convidados (incluindo os noivos) foram testados antes do casamento. Qual o risco de depois se contaminarem na Madeira? Os números por altura do meu casamento eram tão baixos e, fruto desta testagem massiva, tinham todos os casos ativos isolados e sob quarentena. A maioria eram casos importados.

Casos Ativos na Madeira na data do meu Casamento:

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Tivemos problemas com os testes? A verdade é que sim. Tivemos 5 pessoas (incluindo um padrinho) que testou INCONCLUSIVO antes de viajar. E tardaram tanto a analisar e reanalisar as amostras que as pessoas em questão quase perderam os voos (ou teriam que incorrer em mais gastos para mudar os voos). Felizmente tudo se resolveu a tempo e todos puderam ir, mas durante um par de dias essas 5 pessoas tiveram que lidar com o medo de estarem positivas.


Tivemos algum susto? Sim, infelizmente sim. Tivemos um casal com 2 crianças que viajava de França e optaram por fazer o teste à chegada. Na véspera do nosso casamento tivemos um convívio pré-casamento (uma espécie de Rehearsal Dinner) e esse casal decidiu aparecer ao final do convívio sem que tivessem esperado pelo resultado do teste, como deveria ser. O meu coração encolheu quando os vi lá naquele convívio ao ar livre, mas foram conscienciosos e mantiveram a distância de segurança, usando sempre a máscara em todos os momentos. Antes do final da noite comunicaram-nos os resultados negativos e pude dormir descansada na noite antes do casamento.


Como fomos de Lua de Mel para os Açores, tivemos que fazer novo teste antes da viagem e 6 dias após a nossa chegada aos Açores (testes gratuitos em laboratórios pagos pelo Governo Regional correspondente). Durante toda a Lua de Mel, mantivemos os nossos grupos de Whatsapp ao rubro com fotos, pedindo a todos que nos comunicassem algum sinal de infeção. Antes de retomar o trabalho após 10 dias de Lua de Mel, realizei novo teste que foi negativo. No entanto, só respirámos de alívio 15 dias depois do nosso casamento quando verificámos que todos os nossos convidados estavam sem sintomas e todos os testes realizados por motivos profissionais estavam negativos. Assim, pudemos ter a certeza que o nosso casamento não estaria associado a nenhum surto. Foi o dia mais feliz deste que chegámos de Lua de Mel!


PARA REFLEXÃO:

Esta proposta de testagem antes dos casamentos pode aumentar a segurança do trabalho dos profissionais no sector do turismo, mas não é certo que impeça a ocorrência surtos em casamentos. Isto porque os testes de que dispomos são falíveis e temos que ter em consideração a logística envolvida na testagem:

  • Testes imunológicos: são testes que requerem uma amostra de sangue. Avaliam o nível de imunidade de uma pessoa que foi exposta ou vacinada contra a COVID-19. Níveis altos de imunidade significam que será pouco provável que a pessoa testada tenha sintomas se houver infeção durante o surto. No entanto, não os impede de ser transmissores da infeção para outros convidados não imunizados num casamento, nem garantem proteção contra novas estirpes desse indivíduo.

  • Testes PCR: são os testes de eleição para o diagnóstico de COVID-19. Requerem uma amostra de zaragatoa ao nariz (e por vezes à garganta) e dão resultados em 12-48H. São bons para confirmar doença em indivíduos com sintomas respiratórios. Não detetam casos de infeção em início (no período de incubação de 5-7 dias que antecede os sintomas). O tempo de espera pelo exame também é longo, sendo que permite contactos de risco e infeção enquanto se espera pelo resultado.

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  • Testes “rápidos” de antigénio: requerem uma amostra de zaragatoa nasal e dão resultados em 2-3h. Medem a infecciosidade de um indivíduo com COVID-19. Ou seja, um teste negativo não quer dizer que o indivíduo não tenha doença, apenas quer dizer que não apresenta risco para as pessoas à sua volta (durante quanto tempo? Não sabemos).


Assim, os Testes de PCR parecem ser suficientes em épocas de baixo número de COVID e pressupõem que após realização do teste as pessoas irão manter algum isolamento até à realização do vosso casamento. Os Testes de Antigénio permitem diminuir o risco de transmissão durante o casamento, mas na prática se algum dos vossos 200 convidados apresentar sintomas 3 dias depois do casamento, vão todos ficar em isolamento profilático à mesma (e vocês ficarão sem Lua de Mel).


Outra questão importante: quem paga pelos testes? Testes de PCR custam à volta de 100€ (os de antigénio desconheço o preço). Será o custo imputado aos noivos que pagam adicionalmente 100€ por pessoa? Ou aos convidados que deixam de dar prenda para fazer o teste? A obrigatoriedade de realização de testes implica que a parte que os exige os pague - no meu caso foram os Governos Regionais que assumiram esses custos. Acham que os fornecedores irão assumir esses custos?


Já muitas noivinhas levaram esta questão: e se os noivos testarem positivo antes do seu próprio casamento? O casamento é cancelado? O dinheiro é perdido? O que acontece legalmente a toda a organização do casamento? Sem dúvida, isto é tudo uma grande dor de cabeça.


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Ser noivo COVID é esperar por 15 dias pós o vosso casamento para poder respirar de alívio. Porque na verdade qualquer infeção reportada nesse período após o vosso casamento poderá ser sinalizado o evento como origem do surto. Imaginem o stress que isto gera nos noivos – termos o nosso Dia Mais Feliz e uma Lua de Mel fantástica com ansiedade à mistura.


Portanto, se diminuirmos o número de pessoas no nosso casamento pode ser uma maior segurança para todos. E deverão explicar aos vossos convidados “mais complicados” que qualquer infeção após o casamento poderá por toda a gente em isolamento (é uma forma de “desconvidar”). Quanto a “casar com toda a pompa e circunstância”, vejo o caso mais difícil. Todos estamos ansiosos de voltar à normalidade, mas parece que está “Nova Normalidade” está cá para durar.


Muita força, princesas! Juntas voltaremos a ser felizes!

Bjs e bons preparativos

38 respostas

  • Milhinha
    Top das Noivas Outubro 2020 Madeira
    Milhinha ·
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    Ver mensagem citada
    A solução para ti é simples. Vens ao continente passar um fim de semana de relax antes do casamento e fazes o teste cá antes de voltares. Fica um 2 em 1 😘 Bjs querida!
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  • Carla
    Noiva Master Julho 2021 Madeira
    Carla ·
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    Querida Milhinha, como sempre muito informativa. Concordo com tudo que dizes e realmente a normalidade não vai ser já, já. Como também vou fazer o casamento na Madeira (deste ano), tenho 3 convidados que vão fazer teste antes da viagem do continente para cá, mas os outros 9 são de cá (incluindo nós os noivos), não sei se vale o custo do teste... mas ficava mais descandada. Beijinhos
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  • Milhinha
    Top das Noivas Outubro 2020 Madeira
    Milhinha ·
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    E assim vai correr tudo bem 🌈! Bjs Laura!
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  • Laura
    Noiva Master Dezembro 2021 Matosinhos
    Laura ·
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    Olá Milhinha! Ótimo debate e partilho da tua opinião: acho que ainda vai correr muita água sobre este assunto e o que irá avançar de imediato é o que tem sido até agora - limitação de pessoas, máscaras e álcool gel. Vamos aguardar com tranquilidade por novas indicações 😊

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  • Milhinha
    Top das Noivas Outubro 2020 Madeira
    Milhinha ·
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    Ola Eliana. Sem duvida que esses terão imunidade durante 3-6 meses após COVID. Se mantiverem a distância e cumprirem o uso de máscara e lavagem de mãos, tenho a certeza que nada ocorrerá. Estas medidas são bem mais baratas do que a testagem, mas vamos ver como o sector se reinventa nestas alturas. Bjs
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  • Eliana
    Noiva Constante Outubro 2021 Oliveira de Azeméis
    Eliana ·
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    Obrigada pelo debate, é importante percebermos as implicações deste vírus no nosso dia C.

    É como dizes, no teu caso o Governo regional assumiu os custos e ainda bem Smiley smile mas acho difícil aqui a malta das quintas ir por esse caminho, ficava-lhes muito caro. Mas também serem os noivos ou os convidados a assumirem não me parece fácil.

    No meu caso a ideia foi sempre sermos pouquinhos, 36 pessoas mas mesmo assim o teu debate dá que pensar... sem bem dos 36 uns 15 já tiveram COVID .ehehhe pode ser que ajude a "manter a imunidade de grupo" --- estou a brincar

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