Bom dia, Princesas! Hoje assumo o meu modo BrideZilla total! A pouco mais de 1 mês do meu casamento há coisas que estão a rodopiar fora do controlo. Sempre tive presente que o meu casamento seria organizado em partilha, que gostaria que os meus amigos e familiares participassem do nosso dia - mesmo que perdesse um pouco a nossa identidade e ganhasse um pouco as deles. Mesmo assim, o delegar tarefas não foi (nem está a ser) "pêra doce". E anuncio já que perdi essa batalha em muitas frentes!
DELEGAR TAREFAS E FUNÇÕES É ESSENCIAL PARA O NOSSO DIA C - Mas em quem delegar?
Poderão ter (ou não) visto debates ou comentários meus a dizer “deleguem algumas tarefas”, “não deixem cair tudo em cima dos vossos ombros”. Claro que nos últimos dias até ao Grande Dia C, o vosso espírito de noiva pós-COVID agradece a despreocupação, mas até lá terão que se preocupar com “friendly reminders” (como quem diz pequenas cotoveladas) às pessoas em quem delegaram funções. Geralmente, devem escolher pessoas confiáveis e próximas de vós, com um grande e automático sentido de responsabilidade. Outras vezes podem delegar em pessoas que estejam tão investidas no vosso casamento como vocês (noivo, pais, sogros e damas e cavalheiros e honra). Finalmente, deleguem nos fornecedores que contrataram – o vosso dinheiro servirá para isso mesmo: para que eles vos tirem esse peso das costas e essas preocupações da cabeça.
ATENÇÃO: escolham bem! Para não passarem o resto dos dias a sofrer por antecipação…
DELEGAR TAREFAS - Manter uma lista atualizada das tarefas delegas e ir relembrando prazos!
Hoje a 40 dias do meu grande dia C, arranco os cabelos porque simplesmente tudo aquilo que deleguei funções esteve “esquecido” durante a quarantena – aquela altura em que todos tiveram disponibilidade total para avançar com as tarefas prometidas. Agora venho “cobrar favores” com o meu maior sorriso e pronta para engolir muitos sapos. E não vou aceitar a fatídica resposta “Ah! Mas falta imenso tempo para o casamento!” ou o mítico “até lá vocês adiam outra vez”.
Deixo-vos a minha lista de tarefas delegadas:
FORNECEDORES – delegado na minha mãe – desde cedo pedi ajuda na procura de fornecedores uma vez que não poderia deslocar-me com frequência à Madeira para organizar o meu casamento. Aceitei toda a ajuda que me foi dada! A minha mãe lá conseguiu um saxofonista para tocar no nosso cocktail (seria a nossa prenda do casamento). Tivemos reunião com o rapaz para discutir o tipo de música, etc. Durante a mesma lá insinuou que seria “de bom tom” dar uma gorjeta… Caiu-nos mal, o pedinchar. Lá falei com a minha mãe e conto que resolva o assunto… Mas sinto que nos saiu pior a emenda que o soneto.
Também lhe pedimos orçamento para uma noite de núpcias diferente no hotel onde trabalha. Até agora, aguardamos orçamentos – espero não cair para o lado…
MODA NUPCIAL – delegada na minha avó e tias – porque teríamos um casamento que seria um Destination Wedding à Madeira quis introduzir o máximo de pormenores da cultura madeirense. Sonhei com um cinto de bordado Madeira para o meu vestido e lenços para a lapela dos homens a condizer. As minhas tias e avó compraram o linho. Estamparam o desenho com motivos florais. A minha avó bordou com linha muito suave, tal qual como tinha pedido. A minha tia recortou, lavou e engomou. A minha outra tia aplicou a faixa contra um tecido de cetim e costurou tudo a preceito. Deveria ter tudo terminado em Março, mas julgo que demorou mais do que isso… Felizmente veio a quarentena e tivemos que adiar. Terminaram o trabalho e já tenho o cinto comigo. Aguardo, desesperada, que os tons de branco não destoem com o meu vestido…
DESPEDIDA DE SOLTEIRA – delegada na madrinha e na minha melhor amiga – após criação de um grupo no Whatsapp com 15 amigas minhas, deixei indicações para a DS. Até ao momento (e depois do adiamento), ninguém se dignou a reorganizar nada. Dizem que é da pandemia, das férias, do trabalho, da família, etc. Estou realmente amargurada com o facto de não sequer algo que se pareça a uma despedida de solteira.
RECEPÇÃO DOS CONVIDADOS – delegado no noivo e na sogra Milhinha – sendo do Norte, o noivo quer receber os seus convidados num lanche/almoço antes do casamento. Todos irão seguir de autocarro para o casório. Adoro que se cumpram tradições destas, apesar de casarmos na Madeira (terra da noiva). O que não acho piada é que dentro de toda a azáfama dos últimos dias antes do casamento não se contemple que a noite anterior, será passada a preparar wraps e petiscos, a fazer gelo e a encomendar nas padarias vizinhas os comes e bebes para este tipo de festa… Vou começar a dar “cotoveladas” ao noivo para ver como vão tais preparativos.
LEITURAS NA IGREJA – ainda não delegado! – apesar de já termos as leituras decididas e o Missal em vias de aprovação por parte do Padre ainda não delegámos as leituras da nossa cerimónia. Em princípio, tinha pensado nomear uma pessoa da família/amigos do noivo e outra da minha família/amigos – o resto seria cantado na igreja. Quem pensei inicialmente – uma amiga – começou a comentar que não gostava muito do padre que nos ia casar (“What?”) e, quando este se mostrou indisponível, tentámos marcar com outro padre mais jovem, aparentemente tinham andado na escola juntos e não se davam bem (“WTF?”). Muito sinceramente, estou a pensar delegar noutra pessoa…
MÚSICA NA IGREJA – delegado numa amiga de infância – desde o início soube que queria uma cantora lírica no nosso casamento e nada melhor que uma amiga minha de infância que canta maravilhosamente bem, mas que está emigrada nos Países Baixos. No entanto, com o COVID e a necessidade de arranjar trabalho alternativo, fê-la aceitar um projeto que a impede de viajar como queria. Apesar de a termos convidado para o copo de água juntamente com o namorado, já nos havia avisado que muito dificilmente poderiam ir e rapidamente arranjou uma pessoa alternativa da sua total confiança. Fico feliz por ter tido esse cuidado, mas pede um pouco a magia planeada para esse momento (era certo que iria chorar baba e ranho).
COMES E BEBES À SAÍDA DA IGREJA – cancelado – quando tínhamos marcado a nossa cerimónia religiosa às 14H pensámos que muitos dos nossos convidados não teriam comido nada de jeito ao almoço. Pedimos imensos orçamentos a serviços de catering, mas todos excediam o nosso orçamento. Pensámos em organizar algo nós mesmos e pedir aos nossos amigos para distribuir águas personalizadas e fazer um brinde em conjunto à saída da cerimónia. Os nossos padrinhos prontificaram-se logo! Mas precisávamos deles dentro da igreja a assinar os documentos todos. Pedi a uma amiga ou aos seus irmãos, mas cordialmente disseram que não se conseguiam comprometer. Fiquei mesmo desgostosa! Felizmente veio o COVID e tivemos que passar a nossa cerimónia para as 15H. Assim, não nos preocuparemos mais com este pormenor.
MANUALIDADES – delegadas na sogra Milhinha – apesar de termos muitos amigos a oferecerem-se para ajudar numa tarde de Manualidades, veio o COVID e todos diminuíram os contactos (não sabem da tortura que se safaram). Aceitámos toda e qualquer ajuda que a minha sogra nos ofereceu, fazendo com que este dia tivesse um sabor mais especial para ela.
- - Decoração dos Bancos – já conhecem a minha saga da decoração de bancos. Temo que tinha ficado demasiado natalício e sinceramente será um pormenor que não tentarei dar muito foco. Felizmente a sogra têm-se “esquecido” de completar, mas não a irei incomodar muito.
- - Topo de bolo – já conhecem também a história do nosso topo de bolo. Quando chegou o meu topo de bolo alternativo no Etsy, o noivo lá deu a cotovelada à sogra Milhinha e ela começou a por mãos à obra. Eu sinto-me calma porque já tenho alternativa.
- - Lembranças comestíveis – ainda não tive oportunidade de partilhar a minha ideia de lembranças. Irei distribuir por família uma lembrança útil que simboliza a Madeira + uma lembrança comestível que simboliza a terra do noivo. Estava a contar que a sogra Milhinha tratasse de fazer ovos moles em miniatura, mas os fornecedores estão a falhar! Sinto-me completamente perdida neste aspecto… Mas vou pedir soluções ao noivo.
DECORAÇÃO DO BOLO – delegada na sogra Milhinha – sendo que trabalha numa pastelaria e faz trabalhos de Cake Design todos, optámos por pedir ao catering do nosso casamento para fazerem o bolo e cobri-lo com fondant branco que a minha futura sogra iria tratar de fazer algo ao nosso gosto. Mas a decoração que escolhemos implicava pintar árvores em perspetiva num bolo de 3 ou 4 andares e apesar de ter começado a treinar, nunca conseguiu perfeitamente cumprir os desenhos como tínhamos pedido. Arranjámos decorações mais simples e geométricas dentro das cores do nosso casamento, comprámos adereços adequados… Mas com tudo o que já lhe delegámos e o facto de estar (e bem) distraída com as suas primeiras férias na Madeira, comecei a abandonar a ideia para nosso bem. Ainda não comunicámos a nossa decisão. Mas espero que compreenda…
DANÇA DOS NOIVOS – na nossa madrinha e ultimamente no noivo – apesar de adorar dançar e amar danças latinas, nunca tive um verdadeiro par no noivo Milhinha que acha que abanar o rabiote e lançar o seu sorriso maroto é uma forma aceitável de dançar em qualquer lugar. Pedi, supliquei e fiz birra para irmos a umas aulas de dança. Veio o COVID e essa ideia caiu por terra. A nossa Madrinha ofereceu-se para treinar-nos e quiçá fazer a coreografia. O noivo Milhinha disse logo que não era preciso! Pois bem, Amor, tratas TU de organizar a dança dos noivos! Escolhemos uma canção que gostávamos os dois num ritmo latino e decidimos um estilo de dança. “A partir de agora é fácil!”, dizia o Noivo Milhinha. Pois veio o COVID e a quarentena, agora o desconfinamento e o diabo do futebol e estou literalmente numa BrideZilla prestes a surtar que ele ainda não percebeu que estarei de saltos altos e com uma saia do tamanho do mundo e ele tem que me GUIAR! Suo sempre que penso na nossa dança! Morro de desgosto! Mas não aceito passar vergonhas!
LUA DE MEL – delegado no noivo – foi uma tarefa que entreguei totalmente ao noivo Milhinha e confesso que fiquei super orgulhosa de todo o trabalho que fez para escolher a nossa Lua de Mel na Tailândia. Com o COVID e adiamento do nosso casamento, optámos por fazer a nossa Lua de Mel em Portugal e o noivo decidiu vingar-se de uma promessa que lhe tinha feito: “Quando formos aos Açores, eu pago e trato de tudo!” Ou seja, para além de motor do nosso casamento também sou agente de viagens (ainda por cima para o arquipélago concorrente).
Noiva sofre… E vocês? Que tarefas delegaram vocês e em quem?
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Para quem não conhece, este debate faz parte da série “Keep Calm e reorganiza o teu casamento em 70 dias”:
▶️ Dia -70: Dias de foco, força e fé!
▶️ Dia -60: o fracasso das compras por impulso no Aliexpress
▶️ Dia -50: rituais de beleza para uma noiva à beira de um ataque de nervos
Avisamos desde já que tudo pode correr mal e que no final poderemos estar a casar com 10 gatos-pingados. Mas não iremos cancelar nem iremos adiar mais; temos outros projetos de vida que não merecem esperar.
Bjs e bons preparativos!