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Ritinha
Top das Noivas Novembro 2021 Viseu (Concelho)

Casar em Lisboa (e não só)

Ritinha, a 15 de Abril de 2020 às 20:07

Publicado em Fórum Organizar um casamento 65

Olá Comunidade linda, Sou a Lisboa (menina e moça) e encontro-me numa missão muito importante, sob o comando das nossas Professoras. Já devem ter reparado que em conjunto com outras camaradas, estamos a atacar a comunidade. Mas somos que nem Robin Hood, os nossos ataques não são assaltos, mas são...

Olá Comunidade linda,


Sou a Lisboa (menina e moça) e encontro-me numa missão muito importante, sob o comando das nossas Professoras. Já devem ter reparado que em conjunto com outras camaradas, estamos a atacar a comunidade. Mas somos que nem Robin Hood, os nossos ataques não são assaltos, mas são dádivas, neste caso com algo extremamente importante nos dias de hoje: Informação. Chamamos a nossa missão: A Casa dos Casamentos.


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Cabe-me a mim apresentar e representar Portugal de Norte a Sul e também ilhas. Um país pequeno, mas riquíssimo em costumes, tradições e com tanto para explorar e descobrir. Numa fase em que enfrentamos uma pandemia e posterior crise económica, deixo um apelo: comprem produtos Portugueses, façam férias e lua de mel no nosso país. Vamos unir-nos por Portugal!


O primeiro ataque é um consórcio com uma grande camarada: a Madeira! Ou como é comummente conhecida por Milhinha. Entrevistei-a, com o intuito de ela nos dar a conhecer algumas curiosidades sobre os costumes do casamento na ilha da Madeira e como geriu a questão de parte dos convidados serem de Portugal Continental e o matrimónio realizar-se na sua ilha.


1. O nosso país, apesar de pequeno, é rico em tradições e costumes. Na Madeira existe algum relacionado com o casamento que lhe seja característico?

Todas as regiões mais isoladas do país (ilhas, interior, pequenas aldeias perdidas no meio da serra), desenvolveram ao longo dos anos tradições próprias e que merecem ser preservadas. Falo das noivas do Minho que tu tão bem ilustraste num debate, do roubo do topo do bolo no Norte e as lembranças comestíveis em ferradura de Alcobaça.

A Madeira não é diferente. Todos os casamentos conservam tradições bem religiosas. Casar na igreja da noiva ou em capelas particulares é quase obrigatório. Decorar a igreja cheia de flores é sinal da devoção (e proporcional à riqueza) de cada família.

A organização do casamento é o epitomo do matriarcado! Todas as mulheres se juntam para ajudar a fazer o enxoval enquanto dão palpites sobre o seu casamento. No dia do casamento, em casa estendem-se as toalhas de Bordado Madeira (guardadas para épocas especiais). O noivo e a noiva não dormem juntos na noite antes do casamento - expressamente proibido se não quisermos padecer da fúria Divina! Apenas a família mais próxima (nuclear) assiste à preparação d@ noiv@.

Os casamentos são sempre depois do almoço (as distâncias são curtas, na verdade). Segue-se sempre uma sessão de fotos entre o casal ou com a família mais próxima num sítio diferente entre a Igreja e a Quinta com uma bela vista ou num jardim tropical (um mini-Trash the Dress). No copo de água (habitualmente em restaurante ou hotel), costumamos brindar com o melhor Vinho Madeira. Uma tradição verdadeiramente madeirense (mas que não pretendo cumprir) é as mulheres da família da noiva encherem a cama dos noivos com açúcar (outrora a maior produção agrícola da região).

De resto, as festas assemelham-se muito aos casamentos do Continente, por vezes com toques do estilo imperial americano trazido pelos emigrantes Venezuelanos.


2. Que atenções ou cuidados extra tiverem que ter para os vossos convidados de Portugal Continental? (e.g voos, transfers, hotel) ou por outro lado, eles trataram de tudo?

Contextualizando um pouco: vivo com o Noivo Milhinha em Lisboa, mas decidimos casar na terra da noiva. Assim, organizámos o nosso Destination Wedding na Madeira, porque muitos dos nossos amigos vinham dizendo que “só iriam à Madeira para o nosso casamento”. Achámos a ideia gira e lá metemos mãos à obra.

Da parte da nossa organização, exigiu muitos contactos via e-mail e telefone em busca de fornecedores – que só foi possível com a app casamentos.pt. Marcámos várias viagens de 4-5 dias para reuniões – foi uma correria, mas só assim conseguimos os fornecedores certos a tempo.

Do ponto de vista dos nossos convidados, foi uma verdadeira batalha logística que só vi em casamentos continentais em que os noivos vêm de terras distantes. Julgo que todas as noivas que têm familiares emigrados por essa Europa fora têm a mesma preocupação: assegurar que esses familiares compram atempadamente as viagens (para não gastarem muito dinheiro com viagens à ultima da hora), arranjar alojamento perto da quinta para ser mais cómodo, sugerir empresas de rent a car ou transferes do aeroporto. Contudo, habitualmente estas preocupações cingem-se a 10-25% dos convidados de fora. No nosso caso, eram 90% dos convidados! Conseguimos estabelecer uma comunicação eficaz com os nossos convidados através do nosso Website de Casamento e organizámos um verdadeiro roteiro turístico na Madeira. Tornamo-nos em mini-agentes de viagens e estamos sempre a tentar arranjar alternativas em conta.


3. Na Madeira existem muitos fornecedores e que te enchiam as medidas ou havia algum do continente que tiveste ou pensaste negociar o seu serviço para o teu casamento?

Muito sinceramente, ficámos desencantados com a oferta de fornecedores que existia na ilha. Sendo o noivo do Norte, queríamos pelo menos manter algumas tradições do Norte: receber os convidados em casa do noivo com um pequeno almoço, um copo de água em quinta com jardins amplos, comida de perder de vista (se possível, com sushi), mesas de queijos e de marisco, festa até às tantas da manhã. Isto é o mínimo num casamento normal – achávamos nós!

Chegámos à Madeira e vimos preços por pessoa bem mais caros do que tínhamos visto em quintas no Continente, com menus bem simples e modestos, com limitação de horas ou preço de hora-extra exorbitante – bem-vindos à indústria milionária dos casamentos! Tínhamos disponibilizado uma boa parte das nossas poupanças – não queríamos que o dinheiro fosse problema! Mas simplesmente os fornecedores não queriam ir de encontro com as nossas expectativas: pedir uma simples taça 5Kg de camarão era uma dor de cabeça, não havia forma de encaixar os nossos 180 convidados num espaço amplo com jardins, todos os fornecedores se refugiavam na sua “experiência” com casamentos de estrangeiros (pequenos e organizados durante a semana) e com “aquilo que eles sabem fazer e que funciona”. Corremos TODOS os fornecedores de Copo de Água da App e nenhum nos enchia as medidas. Acabámos por nos conformarmos que seria um casamento diferente. Escolhemos fornecedores apaixonados pelo nosso projeto e que gostam realmente do que fazem. Também apostámos em novos talentos, pessoas da nossa idade que com alguma experiência têm trabalhos fantásticos e preços acessíveis.


4. Sentiste que houve alguém que tenha dito que não dada a viagem? Ou por outro lado, aproveitam para ir de férias?

A viagem para a Madeira (1h20-1h40 dos principais aeroportos do país) foi o melhor e o pior do nosso casamento.

Tivemos algumas (poucas) desistências por causa da viagem de avião especialmente dos mais velhos que não podem viajar por motivos de saúde. No entanto, foram desistências de peso – a única avó viva do noivo Milhinha e o padrinho de batismo (que seria o nosso padrinho de casamento).

Tivemos muitas pessoas a tirar férias para aproveitar e conhecer a ilha e por isso mesmo deixámos todas as dicas possíveis e imagináveis sobre a ilha! Deu-nos imenso gozo assistir ao entusiasmo dos nosso amigos e familiares! Houve quem criticasse não termos escolhido época de férias da escola (de “não termos respeito por pais com filhos”), mas são precisamente essas as alturas em que os preços disparam em flecha.

Não podemos agradar a gregos e troianos – mantivemo-nos fiéis às nossas convicções!


5. Último desafio: Convence-me a ir passar a lua de mel à tua Madeira Smiley winking

Começo por dizer que o COVID-19 veio abalar a nossa realidade e a nossa economia. É provável que entremos em crise nos próximos temos. Eu e o noivo Milhinha decidimos abdicar da nossa Lua de Mel na Tailândia e apostar no Turismo em Portugal nos próximos anos. Se todos fizerem isso, iremos levantar-nos mais facilmente do que esperamos!

Posto isto, a Madeira é o sítio ideal para Lua de Mel (e férias, no geral) a qualquer altura do ano. Dotado de um microclima devido à floresta Laurissilva, é frequente encontrarmos as quatro estações do ano num dia só. O que quer dizer que se estiver chuva no Funchal, pegas no carro para a outra ponta da ilha e poderás desfrutar e ótimos banhos de sol. Vive da Indústria do Turismo desde inícios do Século XIX – quem não sabe que a Princesa Sissi passava os invernos na Madeira e que Winston Churchill veraneava nos mais luxuosos hotéis da baía do Funchal? Podem encontrar serviços de grande qualidade, com hotéis de luxo e mais recentemente hotéis boutique e mesmo hostels bem simpáticos – há para todos os bolsos!

A comida é simplesmente deliciosa! Procurem o peixe fresco em qualquer restaurante, os bifes de atum fresco, os filetes de peixe espada, o bolo do caco com manteiga de alho, as lapas grelhadas, a espetada em pau de louro, o picado de carne, as frutas exóticas frescas… (Deixem-me enxugar a saliva que me está a correr no canto da boca)

Podem desfrutar de museus e de cultura que remonta à época dos Descobrimentos Portugueses. Visitem o interior das ricas igrejas Manuelinas e barrocas. Deliciem-se com histórias de piratas e corsários (Madeira Story Centre) e das principais rotas de comércio de Açucar (Nucleo Museológico do Açucar) e do Vinho (Adegas de Vinho Madeira).

No entanto, se querem perceber porque milhões de estrangeiros passam a vida a ir e a voltar para a Madeira deixem-se apaixonar pela Natureza! Vejam a Laurissilva de perto, façam levadas, tirem fotos, percam-se nas montanhas, lavem a cara em água fresca e gélida!

Mais que tudo, apaixonem-se pelas gentes: gentes do campo e trabalhadoras árduas, gentes que passeiam na rua com o seu sotaque diferente – aqui o mindset é único! Não se irão arrepender.

E Bónus! Para aqueles que decidirem ir de Lua de Mel para a Madeira – o meu Trio de Debates sobre o Arquipélago da Madeira:

Lua de Mel no Funchal - 10 sítios a não perder

Lua de Mel na Madeira - 10 locais imperdíveis

Lua de Mel no Porto Santo: 10 locais a não perder nas Maldivas Portuguesas!


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Agradeço à nossa Madeira aka Milhinha, por ter contribuído com muita e boa informação.

Também ela nos deixa o apelo: "Depois do grande susto do COVID e de ter de adiar o meu casamento, estou numa missão secreta: ajudar todas as noivinhas a conseguir um casamento o mais Português possível! Fornecedores portugueses, moda nupcial portuguesa até lua de Mel em Portugal. É certo que vamos entrar em crise, mas se privilegiarmos os nossos produtos e fomentarmos a nossa indústria, vamos todos mais longe!"


Por hoje é tudo, mas Lisboa (menina e moça) vai voltar, brevemente.


Beijinhos a todos e Viva Portugal!

65 respostas

  • Catarina
    Noiva Master Julho 2019 São Miguel
    Catarina ·
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    Parabéns Lisboa e Madeira. Um dos melhores debates que vi por aqui. Estão de Parabéns. Está brutal mesmo 👏🏻👏🏻. Um bom apanhado das nossas tradições portuguesas 😉
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