Bom dia, Princesas! De facto, organizar um casamento em 2020 tem sido para muitas de nós um grande pesadelo – dá direito a: A) chorar; B) gritar; C) atirar a louça da cozinha toda para o chão; D) arrancar os próprios cabelos; E) roer as unhas; F) tirar o botão de mísseis nucleares ao Trump e fazer explodir com isto tudo! Eu escolho o C) e vocês?
Mas hoje este debate não é para lamúrias, é para arrancar sorrisos! Quem se lembra do quanto nos rimos durante dias a fio das desculpas esfarrapadas dos nossos convidados para não estarem presentes no nosso casamento? Hoje fazemos um fantástico “Throwback” e lembramo-nos da primeira tarefa que temos quando começamos a organizar o nosso casamento: escolher os principais fornecedores.
Todas fomos à App Casamentos.pt, escolhemos na nossa zona uma lista de fornecedores, pedimos orçamentos, marcámos visitas… Tivemos contacto com imensos fornecedores e, desses, uns arrebataram-nos o coração (e reservámos logo!) e outros fizeram-nos logo pensar “Não! Nem pensar”. Como gente civilizada que somos, dissemos cordialmente que “não estávamos interessados” e cada um seguiu o seu rumo (ou talvez nem tanto). Fiz uma ronda por muitas noivinhas da nossa querida Comu e perguntei-lhes se alguma vez isto lhes tinha acontecido. Descobrimos então tipos diferentes de fornecedores que vocês devem evitar. Este foi o resultado:
O JULGADOR:
Começo eu! Uma das primeiras quintas que fui ver era um Hotel lindíssimo que ficava longe da igreja e por isso um pouco fora de mão. Adorámos o espaço e o serviço que prestavam, preços ok, mas fiquei com a pulga atrás da orelha quando o senhor que organiza os eventos disse: “Ah! Vocês parecem ser uns noivos calmos! Há aqui noivas muito stressadas que até querem controlar a cor da toalha das mesas!” Eu nada disse. Mas essa frase foi o que me fez riscar essa quinta da lista.
A nossa Destacada Ritinha pediu orçamento a um catering que pertencia a um famoso chef de cozinha, que lhe queria apenas servir sushi e comida em porções gourmet, para além de cobrar por coisas básicas (ex.: €0,25 extra por cada cerveja). Mas o pior não foi isso! Na tentativa de fazer com que o fornecedor fosse ao encontro das suas expectativas (e as da sua família) com uma mesa farta, o homem que os atendeu disse o seguinte: “Nós fazemos os casamentos quase todos de Lisboa. As pessoas no interior devem deixar de ser... tão saloias. Só querem comidas fortes e cheias de gordura, habituados aos restaurantes do interior só usam manteigas! Nós só usamos azeite…” Com este insulto no ar, a nossa Ritinha confessou-nos que virou costas ao fornecedor. “Sou portuguesa e beirã. Como dizia a publicidade: «Bimbo! Com muito gosto»”
A nossa querida Destacada Cláudia teve algumas peripécias com os fornecedores de animação. Numa das reuniões um fornecedor falou mal da quinta que haviam escolhido (péssima jogada! Ninguém vai mudar o copo de água por causa de um fotógrafo). Outro falou mal dos colegas das restantes animações: "Isso não se usa..." ou "Nós não somos assim...que horror!" (Fair play e respeito pelos colegas: é preciso!).
O VAIDOSO:
A nossa querida destacada Cláudia continua a dar o exemplo de outro fornecedor de animação que consultou. Durante a reunião vangloriou-se de todas as festas VIP em que esteve! Mesmo depois dos noivos afirmarem que não valorizavam esse tipo de feitos continuou a insistir... Ouvir para ser ouvido: é a melhor dica!
A nossa Destacada Bárbara conta que no início havia contratado um fotógrafo freelancer com preços acessíveis para o seu casamento. Ao contratar a quinta, esta apresentava no seu pacote de serviços uma equipa de fotógrafos mais ampla e com mais serviços incluídos, por um preço mais baixo. Conta-nos: “Então o noivo ligou ao outro fotografo a dizer que já não queríamos os seus serviços porque encontramos uma equipa que tinha mais condições. Ele ficou chocado porque nunca lhe tinham feito tal coisa!” Se calhar trabalhava há pouco tempo nestas andanças…
ATENDIMENTO AO PÚBLICO QUE DEIXA A DESEJAR
A nossa Destacada Ana Filipa conta-nos uma situação caricata. Depois de se ter apaixonado logo pela Quinta onde se irá casa, decidiu ver uma outra quinta para ter a certeza que não estaria a tomar uma decisão precipitada. Confessa que teve uma péssima experiência! Depois de marcar reunião, ao chegarem ao local o noivo ouviu uma senhora na recepção a tecer o seguinte comentário: "Quem são estes a entrar aqui à Lagardère?"🤣. O noivo silenciou essa triste situação para ver como se iria desenrolar a reunião. A pessoa com quem tinham agendado a reunião simplesmente “já não estava, tinha ido embora e não nos avisou”. De seguida apareceu outra senhora, que lhes «fez o favor» de fazer a visita. Confessa: “durante a mesma [visita], o seu telemóvel tocou inúmeras vezes, sendo que a mesma atendia sempre à nossa frente pedindo desculpa, mas referindo que tinha mesmo de atender. Numa dessas chamadas mencionou que não poderia estar presente à hora combinada no ginásio porque estava com uns noivos e ainda iria demorar (era suposto sentirmo-nos mal com isso? 😅, é que parecia mesmo o objetivo dela). Num dos jardins, mais concretamente onde se iria realizar o corte do bolo, ela pediu a uma colega para ligar as luzes (visitamos a Quinta no inverno e anoitecia muito mais cedo). Só que em vez das luzes, ligaram o sistema de rega, sendo que ficamos todos molhados nos pés. A visita apesar de tudo continuou, mas obviamente que a nossa decisão estava tomada (aliás estava tomada já desde o início, isto foi só uma confirmação).”
A Destacada Bárbara conta que o noivo foi com a mãe e a irmã à procura do fato de noivo. Entraram numa loja de conhecidos da noiva para serem olhados com ar de desdém. Depois de procurarem sozinhos por fatos, o noivo pediu ajuda ao funcionário disponível. O homem olhou-o de alto a baixo e disse "Ah! Para si, tenho aqui um fato de 3 anos com uma mancha. Mas faço-lhe um desconto para você conseguir pagar." A sogra da nossa Bárbara sugeriu irem logo embora para não haver problemas. O noivo insistiu um pouco mais e mencionou o nome da noiva. O funcionário mudou logo de postura "Ah! Podia ter digo logo!" Mas o noivo já lhe tinha virado costas …
A nossa querida Tatiana conta que pediu orçamento a um coro – não conhecendo muito bem o seu trabalho, não os pôde julgar por aí. “Foi algo caricato na altura... Não é que tenham sido maus, mas primeiro não podiam na nossa data, depois já podiam, depois não podiam outra vez e foi isto uma data de vezes! 😂”
A minha querida homónima e twin HLei confessou que quando estava à procura de alianças, “fiquei, mais uma vez, a achar que tenho ar de pelintra 🙈! Fui a duas ourivesarias a pedir orçamentos e não me deram. Diziam «São mais ou menos x euros!" Fiquei fula, ao ponto de dizer ao meu noivo: «Isto é uma coisa cara, que não compramos todos os dias... Podiam dar mais atenção"
USO INADEQUADO DE PLATAFORMAS E REDES SOCIAIS:
Uma noiva que nao se quis identificar explicou que escolheu os seus com base na empatia criada (dica muito útil). O único fornecedor que a tem deixado um pouco de pé a atrás tem sido um dos intervenientes da animação. “Por causa do COVID-19 diz disparates atrás de disparates no Facebook! Mas pronto estou a tentar ignorar uma vez que não o contratei para falar de COVID mas sim fazer uma boa festa e nisso ele parece ser bom!” Cada fornecedor deve ter o seu perfil privado e o seu perfil público/profissional. Desta forma evitam-se surpresas desagradáveis como esta.
O STALKER:
Volto a falar de uma situação que me aconteceu através do meu debate sobre o Preço do Ouro e formas de poupar nas alianças. Pedi vários orçamentos às lojas mais afamadas (i.e. que tinham fama de ter preços baixos) em Lisboa e no Norte, acabando por comprar as minhas alianças por €630 na “Fábrica do Ouro” C. Santos Joalheiros em Milheiró de Poiares. Dois dias depois da publicação do meu debate, uma das lojas que visitara e que me deu um orçamento €1000 por um par de alianças, entrou em contacto comigo via Whatsapp (sem que eu tenha permitido o uso do meu número para esse contacto) a explanar como a sua loja conseguia os melhores preços mais baixos do mercado, dando-nos agora orçamentos de €650 e de como era “impossível” fazer preços mais baixos. Depois de ter deixado longas mensagens no Whatsapp, agradeci o contacto para mais tarde auscultar a opinião do noivo. Afinal a nossa opinião era unânime: sentimo-nos defraudados por nos terem feito gastar uma deslocação à loja para nos darem orçamentos acima daquilo que conseguiam fazer. Ainda voltaram a insistir em visitarmos a loja na ExpoNoivos para ter um desconto adicional. Recusámos cordialmente. (Já basta de publicidade na TV, no E-mail e nas SMS do telemóvel. Não quero que o meu Whatsapp seja mais fonte de lixo!)
Lembram-se da quinta que a nossa Ana Filipa visitou por descargo de consciência? Continua a saga… Aquando da discussão de preços, mostraram pouca flexibilidade em negociar. Por esse motivo, no final da reunião os noivos deixaram bem claro que não iriam escolher aquela quinta para o casamento. “Após toda esta situação, ligaram-me 3 vezes: uma para nós expormos o que correu mal, outra para saber se já tínhamos tomado alguma decisão (já tínhamos comunicado no fim da visita a nossa decisão como supradito) e na terceira e última chamada voltaram a questionar o mesmo e convidaram-nos para uma nova visita. Surreal não é? Obviamente que não fomos porque a nossa decisão estava tomada.”
A nossa querida Tatiana confessa que numa das quintas que visitou, a senhora que os atendeu foi tão persistente, tão persistente (leia-se “chatinha”), que “queria impingir-nos aquela quinta à força!” Falem-me de marketing agressivo, hã?
A nossa (sempre) Destacada Patrícia visitou uma das quintas mais populares da região de Lisboa. Na reunião foi atendida por uma mulher “super-arrogante e que estava tipo a despachar”. Qual não é a sua surpresa quando meses mais tarde recebe telefonemas da mesma: “Não devia ter muitos clientes, lembrou-se de nos contactar novamente”.
A nossa Destacada Catarina também contactou com vários fornecedores de animação para pedir orçamento. Um deles foi bastante insistente e, volta e meia, mandava mensagem para confirmação de data. “E eu do tipo: Hmm ainda estou a analisar outros orçamentos tipo "calm down» 😂”. Recentemente, voltou a mandar mensagem para obter novos preços e obteve a seguinte resposta: “Será melhor contratar outro fornecedor porque nessa altura estamos de férias”. A nossa noivinha mais Happy decidiu não stressar. Afinal como costumam dizer: “Não queres trabalhar? Há quem queira.”
O TROCA-TINTAS SABICHÃO:
À nossa querida Destacada Telma, numa das quintas que visitou, foi apresentada uma ementa que incluía ceia (caldo verde e bifanas). O dono referiu como vantagem do seu espaço que, noutras quintas, a ceia era um extra que custava entre 5€ a 10€ por pessoa. Ora na hora de negociar o preço do seu evento (NEGOCIAR é chave!), a Telma e o noivo pediram para abdicar da ceia e assim baixar uns 5€ por pessoa (razoável, pensamos nós). “Qual não foi o nosso espanto quando ele diz que a ceia era uma oferta e que, quer quiséssemos quer não, o preço era o mesmo. Então noutras quintas paga-se, ali quer-se tirar e ele não faz desconto?”
A nossa Telma continua com as suas peripécias em busca de quinta. Numa das quintas que visitaram, o dono era conhecido da família e havia-lhes prometido que faria um “preço muito bom” em relação a outras quintas – “Não se preocupem!”. Então, conta: “Fomos até à quinta e após a visita apresentou-nos a ementa e respetivo preço: era substancialmente mais caro tendo em conta as ofertas que já tínhamos (orçamentos mais baratos e que já incluíam decoração, bolo, etc, que aqui não tinha).”
No decorrer da conversa, o dono descreveu o seu serviço da seguinte forma: "Ah! Nós colocamos nos aperitivos (buffet) a quantidade que achamos necessária, depois não repomos, quando acabar, acabou". Sem comentários.
A cereja no topo do bolo veio quando os noivos perguntaram sobre ao IVA “Como fazia?”. O senhor deixou cair o seguinte: "Vocês pagam x€, depois o IVA é comigo. Eu é que sei quanto vou faturar e pagar de IVA". A Telma remata: “Ou seja, íamos estar a pagar e ele até dinheiro do IVA metia ao bolso. Enfim.” Aqui se comprova que santos da casa não fazem milagres.
A minha querida HLei conta que numa quinta, contactou com o dono com um feitio muito peculiar que não parava de dizer ao noivo: «Jooovem tem a certeza que quer casar?». O noivo gostou muito da quinta, mas a noiva rejeitou logo: "Não quero este homem porque ele vai mandar no nosso casamento". Tempos mais tarde, obtiveram a confirmação de tratar-se de uma personagem “complicada de trabalhar”.
A nossa Ritinha conta como se sentiu extorquida quando o dono de uma quinta que visitou “Até um vigilante queria que eu pagasse!” Como assim um segurança é um “extra” obrigatório no casamento?
O OPORTUNISTA:
A minha homónima HLei confessou que esteve a ponto de contratar um fotógrafo cujo trabalho e orçamento gostaram. Este, quando percebeu que tinham poucos convidados (cerca de 120 pessoas), afirmou não ter vaga para a data – “tinham duas equipas de fotógrafos e faltavam dois anos para o casamento. Aqui na minha zona não há assim taaaaanto casamento...” Esta é uma tristeza partilhada por muitas noivinhas que pretendem fazer um casamento mais intimista e pequeno.
A nossa Destacada Bebiana contou que ao adiar o casamento devido a COVID, ficou um pouco desiludida com o fotógrafo: “Quando adiámos, queria que pagasse a totalidade do serviço este ano para assegurar o casamento no próximo ano” Sabemos que os tempos COVID não são fáceis para os fornecedores, mas não precisamos de perder a cabeça!
O MAU PROFISSIONAL:
A nossa Destacada Ritinha desistiu da sua primeira florista depois de ter agendado reuniões por duas vezes e por duas vezes ter batido com o nariz na porta. Vir de Lisboa a Viseu de propósito para reuniões e a florista simplesmente não a atender, é de cortar o coração! Felizmente a coisa resolveu-se: contratando outra florista!
A nossa (sempre) Destacada Catarina dos Açores, confessa que durante a preparação do seu casamento teve um problema com a sua quinta: “Fizeram uma confusão nas datas e marcaram uma noiva quando eu tava quente rapada que era aquele o meu dia. Mas já tinha pago o depósito e pronto! Foi chorar durante uns tempos e aceitar a nova data. No fim, ultrapassaram as expectativas e foram TOP mesmo! Mas pensei muito à séria mudar de sítio” I feel your pain, sister! I feel your pain!
A nossa Guru Maria que teve um pequeno casamento de 46 pessoas confessa: “Bem-dita a hora que tive pouca gente... Eu já não podia com fotos, já deitava fotos pelos olhos... Eu queria dançar, comer, beber. Não conseguia acabar um copo que vinham logo buscar-me para fotos 😡” Isto porque ao contrário do que tinham pedido à sua fotógrafa, esta impingiu-lhe longas sessões fotográficas de pose. “Se pelo menos tivessem boas (as fotos) mas nem isso!”
E a moral da história é: "Por morrer uma andorinha, não se acaba a primavera!" (by Ritinha)
Não queria deixar de agradecer a todas as noivinhas que foram convidadas a participar neste debate e que prontamente partilharam as suas experiências menos felizes. Obrigada a todas vós, meus anjos!
A todas as noivinhas que se encontram assustadas com as barbaridades acima descritas digo: não se assustem! Irão ter as vossas histórias para contar, mas irão saber escolher os vossos fornecedores através da EMPATIA que criaram com eles. Há fornecedores fantásticos que nos têm apoiado nestas alturas de crise e de COVID e a esses levantamo-nos todas em ovação! Foram esses os que contratámos!
Muito obrigada por todo o apoio!
