Bom dia, princesas! O COVID pôs o nosso mundo de pernas para o ar mas não nos impediu de sonhar em ter o nosso dia C! Cada vez mais entre nós cresce a certeza de queremos casar com a nossa cara-metade e, apesar de espera ser longa, preferimos adaptar-nos do que adiar mais uma (ou duas) vez(es)! Vamos cumprindo pacientemente o que o Governo e a DGS nos pedem e assim, preparamos a tão aguardada receção aos casamentos de 2021. Mal podemos esperar para ver a felicidade estampada no rosto dos nossos noivos mais queridos! Que sejam felizes para sempre, é o que desejamos a todos!
Continuo as minhas entrevistas a noivas que casaram em plena pandemia COVID-19, mais precisamente já nesta 2ª vaga. Pretendo mostrar-vos que há uma série de adaptações que poderão realizar no vosso dia a fim de permitir darem o nó. E a opção de hoje é tão (mas tão) deliciosa! No final podem perguntar o que quiserem: tanto eu como a noivinha em questão teremos todo o gosto em responder-vos.
Hoje a nossa noiva Rita conta-nos como (re)organizou o seu casamento celebrado no passado dia 1 de Novembro.
1. Fala-nos um pouco de ti: quem és e de onde vens?
O meu nome é Rita. Tenho 30 anos. Nasci em Vila Nova de Gaia e estou a viver em Lisboa há 5 anos com o meu Nuno e o nosso gato Johnnie.
2. Como imaginavas o teu Casamento antes de o organizar? Sempre sonhaste com o teu dia C?
Até conhecer o meu (agora) marido nunca tinha pensado em casar-me. Foi um desejo conjunto que surgiu com o evoluir da nossa relação. Quando começamos a falar do tema, queríamos que fosse uma ocasião grande e com todas as tradições, mas eventualmente ajustamos as expectativas ao dinheiro que planeávamos gastar. Com a compra de uma casa em vista, ficamos contentes por reduzir o orçamento um pouco para um casamento de tamanho moderado.
3. Quando se instalou à pandemia COVID-19, como estava a organização do teu casamento? Quanto tempo faltava?
Felizmente sendo uma festa mais pequena, os preparativos ainda estavam muito no início quando se instalou o COVID. Ainda não estava nada marcado oficialmente. Faltavam 8 meses para o casamento quando “caiu a bomba” da pandemia em Portugal.
4. Qual foi a maior dificuldade que sentiste ao tentar reorganizar o teu casamento? Os fornecedores ajudaram? Encontraste informação suficiente nas fontes habituais?
No início, achámos que ainda iríamos conseguir fazer pelo menos um casamento na conservatória: a entrada é livre por isso daria para família e amigos próximos. No entanto, todos os dias surgiam novas regras, novas limitações, novas preocupações. Uma delas foi que só poderiam assistir 2 pessoas ao casamento, obrigando-nos a escolher 1 pessoa cada lado e, assim, partir o coração aos nossos pais. Disseram-nos para “aguardarmos a ver se as regras mudavam, se as coisas acalmavam”, mas nunca tal aconteceu! Os meus pais tiveram a ideia de fazer o casamento em casa e as coisas começaram a reorganizar-se a partir daí. Eu vivia todos os dias a contar os números de casos e a esperar por atualizações. Nessa altura o fórum do Casamentos.pt foi essencial: foi a melhor maneira para esclarecer as perguntas que eu tinha, que tantas outras tinham!
5. Casaste-te no início da 2.ª vaga. Quais as adaptações que tiveste que fazer? O que mais te custou decidir?
Casámo-nos na casa dos meus pais para poder fugir ao limite das 2 pessoas. Contudo, as preocupações continuaram porque, com o aumento das restrições, não sabíamos quantas pessoas podiam estar presentes. Iriam contar como o “número máximo para casamentos” ou iriam contar como “número máximo para reuniões familiares”? Só a família mais próxima pôde ir e mesmo assim estivemos até à última para saber se os pais e irmã do Nuno conseguiriam vir dos Açores, se a minha irmã conseguiria vir da Irlanda e, mais importante, se nós próprios conseguiríamos ir de Lisboa para Gaia! Sendo ambos profissionais de saúde, a pergunta mais difícil foi “Será que é seguro para todos este casamento? Será que estamos a expor as pessoas mais importantes da nossa vida ao perigo?”. Acabámos por chegar à conclusão de que era um grupo pequeno de pessoas e que na sua maioria mantêm um contacto próximo umas com as outras no seu dia-a-dia. Sendo um home wedding, só foi preciso toques simples de decoração, habilmente tratados pela minha mãe. As lembranças dadas à entrada eram máscaras personalizadas, para todos estarem em segurança, mas na mesma em modo de celebração.
6. Como sobreviveste aos últimos dias antes do teu casamento, com o reforçar das medidas de confinamento?
Nos últimos dias antes do casamento eu estava em stress máximo! Como nos casámos a 1 de Novembro apanhamos as restrições de circulação entre concelhos. Tivemos de alterar a nossa ida para Gaia para antes do início das restrições, e de confirmar com o conservador (que atravessararia do Porto para Gaia) que estava tudo tratado da parte dele. Com todas estas ansiedades e com o aparecimento de mais casos de colegas próximos infetados, tivemos de realizar 6 dias antes do casamento um novo teste COVID. Foram horas de agonia à espera do resultado e definitivamente caíram lágrimas de alegria quando soube que era negativo.
7. Valeu a pena casar? Voltarias a casar nos mesmos moldes ou arrependes-te de não ter adiado?
Sem dúvida alguma valeu a pena! Este ano foi tão mau, com tantas preocupações e tanto trabalho para nós, mas este casamento salvou-o! Só algo tão perfeito conseguiria compensar tudo o resto. Voltaria a fazer tudo igual, absolutamente!
8. O que dirias à Rita no passado aflita com a organização do seu casamento?
Se eu pudesse dizer alguma coisa à Rita do passado, diria “Não vale a pena preocupares-te com as coisas que não estão ao teu alcance. Tudo tem solução! E respira, porque vai ser um dos dias mais felizes da tua vida!”
À Rita e ao Nuno, o nosso muito obrigada! Obrigada pelo trabalho que exercem todos os dias e pela forma como nos protegem ao abrigo da profissão. Mas um obrigada ainda mais especial: obrigada por espalharem a magia nestes “tempos de guerra”! Obrigada por deixarem a chama da Esperança acesa a todas as noivas da nossa Comunidade! Desejamos que sejam muito felizes! Hoje e sempre!
E vocês princesas? Já pensaram nesta opção de casarem em casa?
Bjs e bons preparativos
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Podem ver outras tipologias de Casamentos em tempos de COVID-19 aqui:
● Joanna: casamentos tradicionais ao ar livre e em espaços amplos
● Telma: microcasamento civil em 2020 com festa e casamento religioso depois
● Raquel: Destination Wedding em regiões de baixa incidência