Olá Comunidade do casamentos.pt,
O meu nome é Jerusalém e venho aqui com o objetivo de vos transmitir informações e conhecimento.
Assim, tenho como principal missão invadir a Casa dos Casamentos e dar-vos a conhecer os costumes e tradições de casamentos da cidade que escolhi para ter como nome de código: Jerusalém!
Jerusalém é capital de Israel, único país do mundo onde a maioria da população é seguidora do Judaísmo, por isso os casamentos mais comuns nesta cidade são os casamentos judaicos... vamos então conhecer algumas das suas muitas tradições mais antigas:
O Dia do Casamento
O dia do casamento judaico para os noivos é passado em jejum, oração, atos de bondade e reflexão espiritual.
A tradição nos diz que neste dia Deus perdoa completamente ambos pelas transgressões cometidas em suas vidas, para que possam começar suas vidas de casados em um estado totalmente puro.
Micvê, o banho ritual de corpo e alma
Antes da núpcias, a noiva deve imergir nas águas do micvê para uma purificação espiritual (este ato deve ser repetido todos os meses). Recomenda-se que nesta data o noivo também se purifique no micvê com este mesmo propósito.
A união conjugal do casal é uma expressão física da unidade espiritual dos dois. Afirmando esta unidade dentro do quadro de uma orientação Divina das leis de Taharat Hamishpachá - a pureza familiar - a imersão no micvê eleva um ato físico em um ato imbuído com a santidade Divina. Isto atrai as bênçãos Divinas de paz e harmonia e tudo de bom no meio do lar e da família.
O Kitel
Antes da chupá, o noivo veste o kitel branco, veste tradicionalmente usada em Yom Kipur, sob seu terno. É esse o seu traje durante toda a cerimônia da chupá. O kitel lembra uma mortalha. Mesmo neste seu dia mais feliz o homem deve lembrar que é mortal. Recordar o dia da morte é também um lembrete para o casal que o casamento deve perdurar até o último dia de suas vidas.
O Talit
No Monte Sinai, no "Grande Casamento" entre Deus e o povo de Israel, os judeus tiveram a visão de Deus envolto em um talit, xale de orações. Por este motivo, é um antigo costume judaico que a noiva dê ao noivo um talit novo como presente antes do casamento (e o noivo presenteia a noiva com um par de castiçais).
O vestido da noiva
Costuma-se usar vestido de cor clara, que indica pureza, já que todos os pecados dos noivos são perdoados no dia de seu casamento.
Cabalat Panim - cerimônia de saudação aos noivos
A celebração do casamento judaico inicia-se com a Cabalat Panim, uma recepção na qual o noivo e a noiva, são cumprimentados por parentes e amigos. A noiva e o noivo sentam-se em locais distintos e as recepções ocorrem separadamente, já que os noivos não se vêem na semana anterior ao casamento (alguns costumam não se ver desde a noite do micvê).
Cobrir o rosto da noiva
A última etapa preparatória para o casamento ocorre quando o noivo, acompanhado por seus pais e todos os convidados, se dirige até o local onde a noiva está recebendo os convidados. Lá, ele coloca o véu sobre a cabeça da noiva, que fica ladeada pelas duas mães. Neste momento, é costume os pais abençoarem a noiva, colocando suas mãos por cima da cabeça da noiva e proferindo uma bênção.
O casamento
Os pais que acompanham o noivo e a noiva até à chupá e seguram velas acesas. Já que os noivos são comparados a rei e rainha, devem ser escoltados por um séquito.
Os acompanhantes que levam as velas ficavam à direita e à esquerda dos noivos. A mão direita representa bondade e a esquerda, firmeza. Direita e esquerda simbolizam o relacionamento entre o casal que deve ser contrabalançam com amor e firmeza - saber dar e não procurar só receber.
A chupá - o pálio nupcial
A cerimónia do casamento deve ser realizada preferivelmente sob céu aberto, a cerimónia ocorre sob a chupá, cobertura ou proteção, que representa a casa que o novo casal irá estabelecer unido.
A chupá aberta simboliza o desejo de sempre se ter um lar aberto e acolhedor.
A chupá por cima da cabeça dos noivos simboliza que estas duas almas estavam inicialmente interligadas e unidas, e que seu encontro e casamento constitui realmente uma reunificação. Quando vieram a este mundo material, receberam corpos físicos dentro dos quais a alma original se separou. Finalmente elas se reencontram e se reúnem. Isto explica a grande alegria de um casamento. Uma reunião após uma separação temporária é muito mais emocionante que a união de algo completamente novo.
As sete voltas
Ao chegarem à chupá, a noiva, os pais (e, segundo a tradição de alguns, até os avós) circundam o noivo sete vezes. Este é um costume de origem cabalística, difundido apenas entre as comunidades judaicas ashkenazitas (ocidentais). As voltas são alusivas aos sete dias da Criação.
A aliança
A entrega da aliança pelo noivo e sua aceitação pela noiva constitui o ato central da santificação do casamento. É um vínculo eterno que fica estabelecido. A partir do momento em que a aliança é colocada no dedo da noiva, o casal, de acordo com a Lei Judaica, é considerado casado.
O ato de dar o anel também simboliza a transferência de poder e autoridade. Assim o marido simbolicamente transfere à sua nova esposa a autoridade sobre seu lar e tudo que se encontra nele. A partir deste momento tudo em sua vida será repartido. O anel também simboliza a proteção que o marido dá a sua esposa. A aliança simboliza a confiança e lealdade que envolve o casal pelo resto da sua vida.
O costume é que a aliança seja redonda, de ouro sólido, simples e perfeitamente lisa, sem pedras preciosas, desenho ou gravação, nem mesmo por dentro (após o casamento pode-se gravar o que quiser nela) para que represente um simples círculo inquebrável e ilimitado entre o casal.
A aliança deve ser colocada no dedo indicador da mão mais forte da noiva (esquerda ou direita). Antes de colocar a aliança, o noivo recita a seguinte frase:
"Com este anel, tu és consagrada a mim conforme a lei de Moshê e Israel" e as testemunhas falam: "Está casada".
Ao aceitar o anel, a noiva consente ao casamento, consagração, significando a singularidade do casamento judaico, estabelecendo uma relação num um lar onde Deus habita.
O contrato matrimonial logo em seguida é lido em voz alta para todos os presentes e são recitadas, Sheva Brachot, Sete Bênçãos aos noivos.
O ato de partir o copo
O ato final da cerimónia é a quebra de um copo de vidro, lembrando a todos que mesmo na maior alegria pessoal devem lembrar a destruição do Templo Sagrado de Jerusalém e continuar a almejar pela sua reconstrução.
Outros significados para a quebra do copo:
Lembra as primeiras Tábuas da Lei, quebradas após o "Grande casamento" entre Deus e o povo de Israel; que somos mortais e devemos nos casar e multiplicar; que somos como vidro, que mesmo partido, pode ser reconstituído.
Ao som do copo partido, a atmosfera solene é rompida e substituída por danças e música. Todos devem animar os noivos expressando a alegria e apoio ao casal que constitui a partir deste momento, mais um elo na corrente de vida através da Torá.
O casamento será fortalecido a cada dia através do entendimento entre ambos, dos limites do outro, companheirismo, amizade, carinho, amor, respeito e cumprimento das leis de pureza familiar. Estes são os verdadeiros valores que consagram um casamento judaico.
Conhecem mais alguma tradição do casamento judaico?
Eu não conhecia e adorei saber um pouco mais sobre estas tradições.
Beijinhos