Bom dia!!!
Hoje vi esta imagem que me fez refletir e querer partilhar convosco um pouco da minha experiência, enquanto noiva.
Começando pelo início. Ficamos noivos depois de 8 anos de amizade e de 1 ano de namoro, no início de maio de 2017, mas não começamos logo os preparativos. Só no final de junho começamos a aventura que é planear e organizar um casamento. O que é, já de si, árduo, torna-se ainda mais complicada quando o noivo está em Portugal e a noiva a 2.000km de distância. Se fosse ao contrário, não seria tão "problemático", mas era o que tínhamos e tinha de ser assim.
As primeiras tarefas foram fazer a lista dos convidados, de forma a podermos selecionar quintas para visitar. No final de junto, tivemos 4 dias para visitar algumas quintas. Esta foi a decisão mais fácil de todas.
No início de outubro, nova visita a Potugal. Desta vez para procurar e comprar O vestido, começar a tratar dos convites e tratar da decoração floral das mesas. A coisa começou a complicar aqui. Não com o vestido, pois só visitei duas lojas e escolhi o primeiro que vesti. O problema foi o resto: vamos ter tema? Qual se poderá adaptar a ambos? Que cores vamos usar? Quais as flores e que tipo de arranjo deveremos escolher? Nós os dois somos MUITO diferentes, temos gostos MUITO diferentes e não foi fácil chegar a um consenso. Ele queria algo tradicional, neutro e "batido"; eu queria algo moderno, colorido e original. Nas nossas diferenças e divergências começaram os stresses... Decidi sozinha o arranjo floral, pois para ele tanto fazia. Em relação aos convites, não conseguimos decidir nada nessa minha estada. Ficamos de procurar outras soluções na internet e ir mostrando um ao outro.
O tempo estava a apertar e estava difícil chegarmos a um consenso. Eu achava as idéias dele insossas e ele também não gostava de nenhuma das minhas. Mas tivemos de tomar uma decisão em novembro, porque senão estávamos sujeitos a não ter convites para entregarmos no Natal. Vimos o trabalho de uma pessoa amiga de uma amiga minha e, não sendo bem o que queríamos, baseamo-nos num dos seus trabalhos. Escolhemos o tema viagens (por motivos óbvios), fizemos um passaporte e um bilhete de avião como convite. Mas não foi fácil chegar ao resultado final. Tivemos imenso trabalho para adaptarmos o convite a nós, ao nosso gosto e à nossa personalidade: criei um monograma, alterei cores, adicionei uma foto nossa e alterei o esquema, para que ficasse à nossa imagem. Depois de ouvir tantos "não gosto" do noivo (o que já me estava a irritar profundamente), finalmente recebi o sim de aprovação.
No final de novembro, eu já estava sob um grande nível de nervos e de stress. Tinha a sensação que tinha de ser eu a procurar tudo, pesquisar tudo, tratar de tudo sozinha. Tudo o que o noivo sabia dizer era "não gosto", mas nunca dava alternativas. Quis desistir de tudo! Cheguei mesmo a pôr fim a tudo na manhã em que ele regressaria a Portugal. Tudo aquilo estava a ser demais para mim. Eu já não aguentava mais estar naquele estado e estava a colocar a minha saúde em risco. O noivo não foi para Portugal, no final do dia conseguimos falar com calma e definir uma estratégia: eu não iria pensar em mais nada até ao Natal e ele iria tentar tratar do que fosse possível até lá.
No Natal, distribuimos mais de 80 convites em duas semanas. Foi a maratona dos convites. Fiz a prova do vestido, decidimos que íamos ficar pelo essencial, para não me sobrecarregar. Eu queria ter tudo e estava a pesquisar sobre tudo: placas, photobooth, cones, lágrimas de alegria, missais, livros de honra pormenores disto e daquilo. Mas não era possível tratar de tudo à distância. A saúde tinha de estar em primeiro e eu TENTEI confiar a parte gráfica e de decoração ao noivo, à minha amiga e a quem nos fez os convites. Tentei, mas não consegui deixar de ir dando as minhas sugestões (imposições) e de ter as coisas à minha maneira. Só não dei palpites na decoração, porque foi surpresa para mim até ao final.
Em janeiro conseguimos escolher e encomendar as alianças. Mais uma dor de cabeça daquelas. Desta vez, era eu que queria algo tradicional e o noivo queria algo completamente diferente e muito mais caro. Eu cedi. Ficamos com alianças de platina (95%) que custaram mais do que o meu vestido e sapatos juntos!
O nível de stress continuava altíssimo. A três meses ficamos sem padre, a dois meses sem fotógrafo. Como se não fosse suficiente, não conseguia decidir o penteado, não tinha acessórios, não encontrava sapatos que me servissem, não consegíamos chegar a um consenso em relação ao topo do bolo e do porta-alianças, tive discussões familiares por causa da roupa do menino das alianças. Comecei, entretanto, a tomar relaxantes naturais, para evitar que me desse alguma coisa. Já tinha ultrapassado o meu limite. Mas TINHA de aguentar.
A 9 dias do casamento fui para Portugal, com imensos pendentes por resolver: encomendar bolo, bouquets e pétalas, definir missa, confissão, reunir com todos os fornecedores, acabar lembranças dos miúdos, decoração do(s) carro(s) e do porta-alianças, jogo das fitas, fazer sessão de solteiros... E conseguimos. Juntos, conseguimos.
A partir do momento em que o noivo entrou no quarto, todo o stress foi embora. Não sei explicar, mas foi um alívio tão grande, uma paz de espírito como há muito não tinha. Por mais incrível que pareça, a última semana foi a mais calma de todas. Estávamos juntos e eu sentia-me segura. O noivo tinha razão quando me dizia que quando eu lá estivesse, tudo iria melhorar. TODOS OS DIAS, tiramos um bocadinho de tempo só para nós, sem pensar em casamento. Na véspera do casamento fizemos um circuito de spa com massagem a dois, que nos relaxou imenso! Tentamos desfrutar ao máximo do nosso grande dia, que passou a voar. Nesse dia, todos os problemas e stresses ficaram de fora. Só teve lugar para o amor, a alegria e a felicidade. Para a noite de núpcias, reservamos um quarto de motel com jacuzzi. Foi essencial para relaxarmos os músculos depois de um dia exaustivo e para podermos namorar um bocadinho antes de dormir.
Tudo isto para dizer: tentem desfrutar ao máximo da fase dos preparativos, não deixem que a mania de querer tudo e querer tudo perfeito vos consuma, falem com o noivo sobre tudo o que vos preocupa, deleguem tarefas que podem ser delegadas. Os preparativos não têm, nem devem, ser um fardo na vida das noivas.
Ah! O mais importante de tudo: